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Isenção no Imposto de Renda: O que muda para as empresas?

A isenção do Imposto de Renda voltou ao centro do debate nacional. A Câmara dos Deputados aprovou a proposta que eleva a faixa de isenção para R$ 5.000 mensais, e agora o texto aguarda análise no Senado e, em seguida, a sanção presidencial. Se confirmada, será a maior mudança no IR dos últimos anos, com impacto direto no bolso de milhões de brasileiros e também na gestão das empresas.
Agora você vai entender como funciona a nova proposta de isenção, o que muda para colaboradores e quais são os principais pontos de atenção para os times de RH e folha de pagamento.
O que é o Imposto de Renda e como funciona a nova isenção
O Imposto de Renda (IR) é um tributo federal que incide sobre os rendimentos do trabalhador e impacta diretamente a folha de pagamento. O desconto é feito na fonte e varia conforme a faixa salarial — ou seja, quanto maior o salário, maior a alíquota aplicada.
A reforma aprovada pela Comissão da Câmara em julho de 2025, com vigência a partir de 2026, representa a maior reformulação dos últimos anos. O principal destaque do Projeto de Lei (PL) 1.087/2025 é a ampliação da faixa de isenção para quem ganha até R$ 5 mil por mês. Segundo o Governo Federal, mais de 20 milhões de brasileiros deixarão de pagar IR, enquanto um grupo menor — de maior renda — compensará a renúncia fiscal.
A nova tabela do IRPF de 2026 será válida para os rendimentos recebidos ao longo de 2026, com declaração a ser entregue em 2027. Isso significa que as atualizações já refletem no contracheque dos colaboradores durante o ano-base, mas só serão declaradas oficialmente no exercício seguinte.
Essa mudança corrige distorções históricas e alivia a carga tributária de quem ganha menos. Para o RH, traz novos desafios: revisar cálculos de folha, orientar colaboradores e reforçar ações de educação financeira.
Como funciona a isenção do Imposto de Renda em 2025 (e o que muda em 2026)
A nova tabela progressiva do Imposto de Renda, sancionada em julho de 2025 e com vigência a partir de janeiro de 2026, traz a maior reformulação da tributação sobre a renda dos últimos anos. O objetivo é aliviar a carga tributária dos trabalhadores de baixa e média renda e corrigir distorções acumuladas ao longo do tempo. Além disso, o PL prevê um parágrafo específico que exclui ganhos de capital da base tributável, ampliando a proteção para investimentos e rendimentos pontuais, sem impacto imediato no cálculo da renda ordinária.
A principal novidade é a isenção total para quem recebe até R$ 5.000 por mês. Mas atenção: o modelo segue sendo progressivo. Isso significa que quem ganha acima desse valor não pagará imposto sobre todo o salário, apenas sobre a parte que excede as faixas anteriores — o que garante mais justiça fiscal.
Entendendo a lógica da progressividade
Imagine uma escada: cada degrau representa uma faixa de tributação. Quem recebe R$ 7.000, por exemplo, terá os primeiros R$ 5.000 isentos, e os R$ 2.000 restantes tributados conforme as novas alíquotas. Com isso, evita-se que um pequeno aumento de renda resulte em uma tributação desproporcional.
Resumo das mudanças
- Faixa de isenção sobe para R$ 5.000 (antes era de R$ 2.824);
- Redução do imposto para quem ganha entre R$ 5.001 e R$ 7.000, com alíquotas escalonadas;
- Quem ganha R$ 5.000 terá ganho líquido de aproximadamente R$ 363 por mês, segundo simulações oficiais;
- Mais de 20 milhões de brasileiros serão beneficiados, segundo estimativas do governo;
Como o governo vai compensar o valor da isenção?
Para equilibrar a perda de arrecadação com a ampliação da faixa de isenção, a reforma implementa duas medidas voltadas à alta renda. A ideia é tornar o sistema mais justo: quem ganha mais, contribui mais, abrindo espaço para aliviar a carga tributária dos brasileiros com menor poder aquisitivo.
Enquanto cerca de 20 milhões de trabalhadores deixarão de pagar IR, menos de 200 mil contribuintes passarão a pagar um pouco mais com as novas regras.
As principais mudanças incluem:
- Criação de um Imposto Mínimo para pessoas físicas com renda anual acima de R$ 600 mil (ou cerca de R$ 50 mil por mês);
- Tributação de dividendos mensais acima de R$ 50 mil, com retenção de 10% na fonte.
Mas o que isso significa, na prática?
Hoje, dividendos — a parte do lucro distribuída pelas empresas a seus sócios ou acionistas — não são tributados no Brasil, o que contrasta com a prática da maioria dos países desenvolvidos. Com a nova regra, quem receber mais de R$ 50 mil por mês em dividendos terá 10% retidos automaticamente, no momento do pagamento. Ou seja, o imposto será descontado direto na fonte, sem necessidade de declaração extra na hora de preencher o IR anual.
Como ficam os salários com a nova isenção do IR?
A nova tabela do Imposto de Renda, que entra em vigor em janeiro de 2026, trará ganhos reais para milhões de trabalhadores — especialmente para quem está nas faixas salariais mais baixas. A seguir, analisamos 3 casos práticos com base na nova estrutura progressiva do IR, para mostrar como os descontos mudam e o que isso representa no bolso.
Caso 1: Colaborador que recebe R$ 5.000 por mês
- Antes da reforma: pagava aproximadamente R$312,89 de IR por mês.
- Com a nova tabela: passa a ser totalmente isento.
- 💰 Ganho líquido mensal: + R$312,89
- 📈 Impacto anual: mais de R$ 4000 no orçamento do colaborador.
Esse é o grupo mais beneficiado pela nova regra. A isenção total representa um alívio direto e significativo no orçamento pessoal.
Caso 2: Colaborador que recebe R$ 6.260 por mês
- Antes da reforma: IR mensal em torno de R$ 624,12
- Após a reforma: IR reduzido para R$ 530,03
- 💰 Economia mensal: cerca de R$ 94,09
- 📈 Impacto anual: R$ 1.233,17 de ganho líquido
Aqui vemos o efeito da chamada "escadinha": o valor entre R$ 5.000 e R$ 6.260 é tributado com alíquotas menores, reduzindo o desconto total.
Caso 3: Colaborador que recebe R$ 7.000 por mês
- Antes da reforma: desconto médio de R$ 799,13
- Após a reforma: desconto reduzido, aplicado apenas sobre os R$ 2.000 excedentes aos R$ 5.000. Isto é R$752,53
- 💰 Economia mensal: cerca de R$ 46,60
- 📈 Impacto anual: R$ 605,80 de ganho líquido
- 💰 Resultado: IR menor, salário líquido maior.
Apesar de não ter isenção total, esse colaborador também se beneficia do novo modelo progressivo, com tributação mais justa e proporcional ao excedente.
Isenção do IR e gestão de pessoas: 5 pontos de atenção para o RH
A elevação da faixa de isenção do Imposto de Renda para R$ 5.000 mensais, com vigência a partir de 2026, é mais do que uma boa notícia para os trabalhadores — exige atenção especial dos departamentos de Recursos Humanos.
1. Aumento da renda líquida: um benefício indireto
Na prática, colaboradores que antes sofriam descontos de IR agora passam a receber mais. Esse ganho líquido pode melhorar a percepção de valor da remuneração, aumentar o poder de compra e contribuir diretamente para o bem-estar financeiro. Mesmo não representando um custo adicional para a empresa, o RH pode (e deve) comunicar esse benefício de forma clara e estratégica.
2. Comunicação e engajamento
É papel do RH liderar esse processo por meio de campanhas internas informativas: simulando o novo contracheque, explicando o conceito de escadinha da tabela progressiva e demonstrando, de forma prática, como os valores aumentam no bolso do colaborador.
3. Treinamentos corporativos: uma oportunidade estratégica
Este também é um excelente momento para promover ações de educação financeira entre os colaboradores, oferecendo treinamentos sobre finanças pessoais, orientações práticas sobre como calcular o Imposto de Renda e dicas de planejamento orçamentário.
Além disso, para as equipes especializadas em RH e folha de pagamento, a reforma tributária exige atualização constante. Investir em upskilling e reskilling dessas equipes é fundamental para garantir conformidade legal, eficiência operacional e uma atuação mais estratégica frente às mudanças.
4. Revisão da folha de pagamento
Com a mudança, os sistemas de folha e os cálculos automáticos de IRRF precisarão ser ajustados. Isso inclui atualizações nas integrações com o eSocial e testes com as novas faixas salariais para evitar inconsistências. Contar com uma ferramenta de gestão de folha que acompanhe a legislação em tempo real será essencial para garantir precisão e evitar retrabalho.
5. Negociação de benefícios
A alteração no imposto modifica o valor percebido da remuneração total — e isso pode impactar acordos coletivos, políticas de remuneração variável e a composição de pacotes de benefícios. O RH pode aproveitar esse cenário para reposicionar sua estratégia de reconhecimento, retenção e valorização dos talentos.
Imposto de Renda 2026: o RH no centro da transformação tributária
A nova isenção do Imposto de Renda representa um marco para milhões de trabalhadores — e coloca o RH em posição estratégica para traduzir essas mudanças em ganhos reais para a empresa e os colaboradores.
Ao dominar os detalhes da reforma, revisar os cálculos da folha e comunicar com clareza, o RH fortalece sua atuação como agente de confiança, alinhado à legislação e à valorização das pessoas.
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Perguntas Frequentes
Quem terá direito à nova isenção do Imposto de Renda em 2026?
A proposta aprovada na Câmara amplia a faixa de isenção para quem recebe até R$ 5.000 mensais, beneficiando mais de 20 milhões de brasileiros.
A nova isenção do IR já está valendo?
Ainda não. O texto foi aprovado pela Câmara em outubro de 2025 e segue para votação no Senado e sanção presidencial. A previsão é que passe a valer para os rendimentos de 2026, com declaração em 2027.
Como a nova tabela do Imposto de Renda afeta trabalhadores que ganham acima de R$ 5.000?
Quem ganha acima desse valor não perde o benefício da faixa isenta. A tributação será aplicada apenas sobre o que exceder os R$ 5.000, seguindo o modelo progressivo.
O que muda para empresas e RH com a isenção do IR?
O RH precisará ajustar sistemas de folha, revisar cálculos de IRRF, comunicar colaboradores e reforçar treinamentos de educação financeira, garantindo conformidade com a nova lei.
Olá! Sou a Lorena, criadora de conteúdo na Buk. Amo escrever, contar histórias e traduzir mundos com propósitos tra...
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